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Dificuldade em Decidir: quando nenhuma escolha parece boa o bastante

  • Foto do escritor: Jéssica Domingues
    Jéssica Domingues
  • 25 de jul
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de nov


Decidir pode parecer simples — até que você precise, de fato, escolher.


E então algo trava. O tempo passa. Nenhum caminho parece certo.


Talvez não se trate de preguiça ou indecisão superficial, mas de uma experiência mais funda: um tipo de tensão interna que não cede.


O que está em jogo quando não se escolhe?


Escolher implica sempre deixar algo para trás. Às vezes, a dificuldade está aí: não errar, não perder algo melhor — ou, quem sabe, não perder nada. Em certas experiências psíquicas, não decidir é uma forma de fantasiar que tudo ainda é possível, desde que nada seja vivido de fato.


E o paradoxo se instala: ao não se perder nada, também nada se ganha. Ficar na dúvida protege, mas cobra um preço.


Ambivalência: querer e não querer ao mesmo tempo


É possível desejar e resistir ao mesmo tempo. Como se algo dentro dissesse “vá” — e outra parte, mais silenciosa e temerosa, dissesse “não”. Essa tensão pode ser exaustiva. Mas não necessariamente é sinal de fracasso pessoal: pode ser a expressão de uma ambivalência psíquica, daquelas que precisam de tempo, elaboração e cuidado.


Pintura de figura vendada segurando duas espadas cruzadas sobre o peito, evocando equilíbrio e silêncio diante de uma decisão difícil.
Não escolher pode ser uma maneira de não perder. Mas o que se perde quando nada é vivido?

Quando a dificuldade de decidir é um modo de se proteger


A dificuldade de decidir também pode ser uma estratégia inconsciente para manter tudo sob controle. Ficar entre uma coisa e outra, sem abrir mão de nenhuma, é uma forma de tentar não perder nada — mesmo que isso signifique não se envolver plenamente com nada. Será que, em certos momentos, o medo não está na escolha em si, mas no que ela representa? Errar? Frustrar alguém? Desapontar expectativas? Deixar uma versão ideal de si para trás?


Um espaço onde a urgência não manda


Mais do que procurar uma resposta imediata para a decisão, talvez seja importante ter espaço para questionar o que diz esse adiamento.


Usar o pensamento para a elaboração pode transformar o uso dele como algo que adia a ação.


A análise oferece esse tipo de escuta — onde o tempo interno ganha espaço e o impasse deixa de ser algo a ser vencido, e passa a ser algo a ser escutado.


Às vezes, o que paralisa não é a dúvida — mas uma expressão de um conflito interno.


E quando isso é escutado, algo pode se deslocar.


Porque talvez o mais importante, antes da decisão, seja encontrar de onde ela pode verdadeiramente partir.


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Sobre a Autora:

Jéssica Domingues é psicanalista com percurso formativo pelo Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. Atende adolescentes e adultos em consultório particular, com atendimento presencial em Higienópolis (São Paulo) e Cerâmica (São Caetano do Sul), além de atendimentos online. Participa de grupos de estudos voltados à psicanálise contemporânea. Interessa-se por temáticas como depressão, luto, repetição e as formas atuais de mal-estar. É autora do artigo “O conceito de limite em André Green como proposta anti-procustiana ao enquadre clássico”, apresentado na Jornada de Membros do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes de 2022. 

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