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Refúgio na produtividade: quando o trabalho vira fuga

  • Foto do escritor: Jéssica Domingues
    Jéssica Domingues
  • 19 de set.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de nov.

Você já se pegou trabalhando demais e, ao parar, sentiu um vazio difícil de suportar?


Para algumas pessoas, o excesso de produtividade não é apenas dedicação ou ambição. É um refúgio na produtividade, uma forma de fugir do que dói. Mas o que será que se esconde nesse impulso de não parar nunca?


Ilustração onírica de uma pessoa caminhando dentro de um labirinto de calendários e relógios, onde papéis de trabalho se transformam em pássaros que escapam pelo ar. Ilustração do texto "Refúgio na produtividade", do blog da psicanalista Jéssica Domingues.

O trabalho como anestesia


Às vezes, mergulhar nas tarefas funciona como anestesia. Reuniões, relatórios, agendas cheias — tudo parece mais fácil do que encarar o silêncio ou um sentimento de solidão. Mas também pode ser outra coisa: atender a um ideal interno que exige sempre mais, repetir sem perceber o ritmo de uma figura admirada, ou ainda compensar experiências antigas de precariedade e desamparo. Será que esse esforço sem fim é escolha? Ou é obediência a uma voz que exige produtividade a qualquer custo?


Refúgio na produtividade e seus muitos sentidos possíveis


Trabalhar demais pode carregar diferentes significados:

  • forma de anestesiar a dor;

  • vício socialmente valorizado, mas que esconde processos autodestrutivos;

  • compensação diante de um sentimento enraizado de desamparo;

  • repetição de traços de alguém importante na história de vida.


Não há resposta única. Cada sujeito sustenta, no seu modo de trabalhar, uma história singular. A questão é: o que o seu refúgio na produtividade diz sobre você?


A dimensão saudável do trabalho


É importante lembrar: o trabalho também pode ser uma expressão de vitalidade psíquica, ou seja, algo saudável — uma forma de criar, construir e se relacionar. A questão surge quando essa dimensão produtiva se transforma em compulsão ou começa a gerar sofrimento, seja pelo esgotamento interno ou pelo impacto nas relações. É nesse ponto que se fala em burnout, quando o excesso deixa de ser só excesso e passa a se inscrever como adoecimento.


Quando o excesso não basta


Mesmo com a agenda cheia, muitas vezes algo persiste inquieto. Surge a sensação de que nada é suficiente, ou a angústia que aparece justamente no momento em que se para. É aí que muitos procuram ajuda: não porque desejam produzir menos, mas porque percebem que o excesso já não basta para silenciar o que se move por dentro.


O espaço da análise


A psicanálise não busca abolir o trabalho nem oferecer dicas de equilíbrio. Ela propõe um espaço para perguntar-se:


  • O que move esse excesso?

  • A quem estou respondendo quando me cobro tanto?

  • O que temo encontrar quando paro?


Na escuta analítica, o sujeito pode perceber a lógica singular do seu refúgio na produtividade e, talvez, encontrar um modo de viver menos comandado pela urgência de se ocupar.


O refúgio na produtividade pode oferecer um abrigo momentâneo, mas também aprisionar .E você — o que encontra quando se lança nesse excesso? Será que teme encontrar algo quando não está ocupado?


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Sobre a Autora:

Jéssica Domingues é psicanalista com percurso formativo pelo Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. Atende adolescentes e adultos em consultório particular, com atendimento presencial em Higienópolis (São Paulo) e Cerâmica (São Caetano do Sul), além de atendimentos online. Participa de grupos de estudos voltados à psicanálise contemporânea. Interessa-se por temáticas como depressão, luto, repetição e as formas atuais de mal-estar. É autora do artigo “O conceito de limite em André Green como proposta anti-procustiana ao enquadre clássico”, apresentado na Jornada de Membros do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes de 2022.  

 Se esse texto te deixou pensando, e quiser conversar sobre um possível início, você pode agendar uma sessão ou me escrever.

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