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Solidão acompanhada: quando o sentimento de solidão vem de dentro

  • Foto do escritor: Jéssica Domingues
    Jéssica Domingues
  • 2 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 10 de jul.

Ilustração no estilo de Van Gogh com pinceladas espiraladas em azul e dourado. Ao centro, uma cadeira de madeira solitária, vazia, cercada por uma atmosfera onírica que remete à introspecção e ao sentimento de solidão interior.
 Desejo de reconstituir-se aos poucos — como pinceladas que tentam se costurar em busca de forma, contorno e presença.

A solidão acompanhada: quando o sentimento de solidão vem de dentro


Sentir-se só — qual seria o remédio para essa solidão que não se resolve com presença física? Que desconexão é essa, que persiste mesmo ao lado de alguém?


O caminho mais imediato costuma apontar para a falta de escuta e compreensão dos outros. E sim, muitas vezes isso acontece. Mas talvez essa dor só ganhe esse contorno tão agudo porque, em algum ponto, nos desconectamos também de nós mesmos.


O sentimento de solidão, quando nos atravessa, pode estar falando da perda de palavras, da vontade, do cuidado consigo. Do abandono de partes nossas em nome da sobrevivência — emocional, psíquica, material. Como se algo em nós tivesse ficado para trás, e esperássemos que o outro nos devolvesse o que nos escapa: reconhecimento, contorno, sentido.


Quando escuta-se sobre solidão acompanhada, pode-se estar falando não apenas da presença ou ausência de vínculos externos, mas de um enlaçamento interno precário. Freud no texto do narcisismo nos fala da importância da "ação especifica" e Winnicott fala da função especular da mãe, que compõem um momento fundamental que é quando o bebê começa a ganhar o contorno de si. Nesse momento não basta o atendimento da necessidade fisiológica, mas o do olhar, o "a mais" que juntará todos os pedacinhos do bebê para que ele possa esboçar se sentir alguém. 


E a depender de como isso acontece pode surgir uma busca desenfreada por “restituição” nos olhares de fora. Um desejo de recuperar o que não foi encontrado, uma tentativa de costurar com os olhos dos outros uma imagem de si. Mas será que essa costura restaura?


Em entrevista no programa LadyNight, o ator Matheus Nachtergaele fala da marca indelével e sensível do olhar da mãe, encerro esse texto com essa dose de ternura.



Referências:

  • Freud, Sigmund (1914). Introdução ao narcisismo.

  • Winnicott, Donald (1967). O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento infantil


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Sobre a Autora:

Jéssica Domingues é psicanalista com percurso formativo pelo Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. Atende adolescentes e adultos em consultório particular, com atendimento presencial em Higienópolis (São Paulo) e Cerâmica (São Caetano do Sul), além de atendimentos online. Participa de grupos de estudos voltados à psicanálise contemporânea. Interessa-se por temáticas como depressão, luto, repetição e as formas atuais de mal-estar. É autora do artigo “O conceito de limite em André Green como proposta anti-procustiana ao enquadre clássico”, apresentado na Jornada de Membros do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes de 2022.

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