Em diálogo com a Revista Quindim: o cuidado emocional na infância e o reencontro com o nosso infantil
- Jéssica Domingues
- 10 de out.
- 2 min de leitura
“Cuidar de uma criança é, também, reencontrar o nosso próprio infantil.”
Em uma conversa com a Revista Quindim, tive a oportunidade de falar sobre o que Winnicott contribui sobre o desenvolvimento emocional e psíquico a partir do ambiente. Esse processo delicado em que o bebê começa a existir como alguém no mundo, sustentado pela presença viva de quem o cuida.
A matéria, intitulada “Chorei como um bebê”, nos convida a repensar como falamos sobre sentimentos com as crianças e o quanto, nesse gesto de cuidado, reencontramos algo de profundamente nosso.
Essa reflexão tem base no livro de Winnicott, A família e o desenvolvimento individual, onde o autor descreve como o ambiente emocional permite que o bebê se sinta real, acolhido, vivo. Quando oferecemos cuidado a uma criança, algo em nós também é tocado: um fragmento antigo, talvez esquecido, mas ainda permanece.
O cuidado emocional na infância
O cuidado emocional na infância não se resume à proteção física ou à presença constante — ele envolve a capacidade de o adulto sustentar emocionalmente a experiência da criança, oferecendo um ambiente onde o sentir é permitido e acolhido. É nesse espaço de segurança afetiva que o bebê começa a reconhecer suas próprias emoções e a construir um sentido de si. Winnicott nos lembra que é a qualidade desse vínculo que possibilita o desenvolvimento de um verdadeiro sentimento de realidade.
Falar sobre o emocional da criança é, portanto, falar sobre o emocional do adulto que cuida. A cada colo oferecido, uma história se reencontra. Às vezes, é o bebê em nós que também precisa ser acolhido, ouvido...
O texto é um convite a esse reconhecimento — o de que o cuidado não é uma via de mão única, mas uma experiência de encontro e transformação.
A matéria completa pode ser lida no site da Revista Quindim:
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Sobre a Autora:
Jéssica Domingues é psicanalista com percurso formativo pelo Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. Atende adolescentes e adultos em consultório particular, com atendimento presencial em Higienópolis (São Paulo) e Cerâmica (São Caetano do Sul), além de atendimentos online. Participa de grupos de estudos voltados à psicanálise contemporânea. Interessa-se por temáticas como depressão, luto, repetição e as formas atuais de mal-estar. É autora do artigo “O conceito de limite em André Green como proposta anti-procustiana ao enquadre clássico”, apresentado na Jornada de Membros do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes de 2022.
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